A Pós Phorte visita o Instituto Dona Carminha, referência em Abordagem Pikler

Saiba mais como a Abordagem Pikler tem ajudado na capacitação profissional das colaboradoras e no desenvolvimento dos bebês 

Mais que um comportamento ou um sistema de ensino, a Abordagem Pikler é um cuidado amoroso, pelo qual se cria um vínculo afetivo entre o bebê e o adulto. 

A abordagem leva em conta os sentimentos, a autonomia e a liberdade para a criança se desenvolver de forma integral.

Muitas escolas, creches, berçários, orfanatos e maternidades estão usando a abordagem atualmente, estimulando o desenvolvimento saudável dos pequenos.

Sendo assim, os profissionais da Educação devem se capacitar para atender a essa demanda de educadores voltados para essa abordagem. 

Assim como colaboradoras do Instituto Dona Carminha, uma instituição voltada ao ensino e cuidado de mais de 590 crianças.

O Instituto adotou a abordagem Pikler e as colaboradoras se capacitaram para aplicá-la da maneira correta, a fim de transformar a educação e o cuidado dos bebês.

Nós fomos à instituição conversar com as professoras para saber qual é o olhar delas sobre a prática no dia a dia aplicando a abordagem Pikler e como as crianças têm se desenvolvido a partir desse trabalho.

Confira a seguir, o nosso bate-papo com essas profissionais maravilhosas, começando com a vice-diretora, Tatiara Goulart, que fala sobre a sua experiência aplicando a abordagem:

 

Phorte: Como é administrar uma escola com a abordagem Pikler?

“Eu trabalho na instituição há quase 10 anos e estudo a abordagem há 12. A abordagem trouxe para gente, na área da educação, uma filosofia de vida. Então, nós trabalhamos permeados a princípios. Então, a gente acredita que organizar a escola das infâncias pensando no vínculo, na boa saúde, na autonomia e no movimento livre, para além de organizar o nosso trabalho, também é uma educação respeitosa e acolhedora.”

Phorte: Quais as vantagens em se trabalhar com a abordagem Pikler?

“Eu acredito que a maior vantagem de se trabalhar com a abordagem Pikler é para as crianças. As crianças ficam num ambiente mais respeitosos. Elas se privilegiam do acolhimento, do respeito, do vínculo e, com isso, elas se desenvolvem integralmente, de uma forma mais respeitosa.”

“As crianças se privilegiam do acolhimento, do respeito, do vínculo e, com isso, elas se desenvolvem integralmente, de uma forma mais respeitosa” – Tatiara Goulart

Phorte: Que conselho você daria para os gestores que pretendem começar a trabalhar com a abordagem Pikler em sua instituição?

“O gestor que tem interesse em começar a estudar a abordagem, para colocar isso na prática no dia a dia com os seus educadores, precisa se aperfeiçoar, precisa estudar, ele precisa entender que existe um processo que tem que ser devagar. 

Da mesma forma que é respeitoso para as crianças, também tem que ser respeitoso para os adultos. 

A Pós-graduação do Instituto Phorte contribuiu muito para a minha prática. 

Então, é uma dica para os gestores que tiverem interesse em trazer a abordagem para o seu cotidiano, para a sua escola, estudar e fazer essa Pós-graduação.”

 

Silmara Regina dos Santos, que é a orientadora pedagógica do Instituto Dona Carminha, também nos conta sobre sua experiência com o trabalho aplicando a abordagem Pikler.

Phorte: Qual a importância de estudar a abordagem Pikler para sua escola?

“Aqui, a gente tem informações, a gente estuda bastante sobre a abordagem Pikler e outras abordagens participativas. 

Mas o mais importante é que todas as nossas equipes, todas as nossas professoras acreditam realmente que a abordagem Pikler é a mais respeitosa para atender principalmente bebês e crianças bem pequenas. 

Algumas das nossas professoras também estudam a abordagem Pikler, então, elas participam de grupos de estudos, algumas, inclusive, também fizeram a Pós, outras estão cursando e isso ajuda bastante.”

Phorte: Quais as vantagens em ter cursado a Pós-graduação Phorte?

“Nós temos embasamento teórico para poder discutir sobre aquele assunto tratado. Então, se nós estamos investigando sobre a motricidade da criança, estudamos textos mais para o movimento livre. 

Se nós queremos melhorar ou ampliar a alimentação, nós estudamos textos baseados nisso. 

Então, fazer a Pós, discutir isso em grupo, fazer trabalho com outras pessoas de outras realidades, participar de discussões e de reflexões ajuda bastante a amadurecer e fazer sempre a diferença na escola.”

“…ajuda bastante a amadurecer e fazer sempre a diferença na escola” – Silmara Regina

A professora Célia Santana fala mais sobre a importância da capacitação na abordagem Pikler para o trabalho no dia a dia da escola.

Phorte: Como o curso sobre a abordagem Pikler ajuda no dia a dia na escola?

“O curso veio acrescer, ele veio melhorar a nossa prática. […] Trouxe-nos mais para conhecer essa divisão dos grupos com as crianças, conhecer cada criança na sua particularidade, na sua individualidade e melhorou muito a nossa prática. Eu percebi que mudou, a criança se achega mais a gente, ela nos procura mais, a gente tem mais uma relação de conhecer mesmo a criança. Ela sabe que mesmo estando com todos da sala, com várias crianças, ela sabe que tem uma pessoa que cuida dela, que troca, que dá comida.”

“…melhorou muito a nossa prática.” Célia Santana

Phorte: Qual a diferença no comportamento da criança que lida com o profissional da abordagem Pikler?

“Eu percebi que mudou, a criança se achega mais a gente, ela nos procura mais, a gente tem mais uma relação de conhecer mesmo a criança. Ela sabe que mesmo estando com todos da sala, com várias crianças, ela sabe que tem uma pessoa que cuida dela, que troca, que dá comida.

Olha, eu acho que o carinho, conhecer cada criança na sua individualidade, a gente passa a ter um olhar diferente. Nós temos crianças autistas e eu percebo que até nisso a abordagem é muito boa, porque a gente tem essa individualidade, essa particularidade da criança que precisa de um pouco mais de atenção. Então ela procura a gente, ela tem uma pessoa de referência.”

Rafaela Sampaio Costa é professora do Instituto Dona Carminha, e também é aluna do curso de Pós-graduação em Educação Infantil numa Perspectiva Pikleriana da Faculdade Phorte. Ela nos conta como é o seu trabalho no dia a dia aplicando a abordagem Pikler.

Phorte: Como a abordagem Pikler contribui para o seu trabalho com as crianças?

“Foi algo diferente aprender essa forma individualizada de conhecer o bebê, de cuidar do bebê. Estar de fora, enquanto professora, e poder observar cada um em sua individualidade, no seu desenvolvimento, me trouxe esse ampliar de conhecer cada bebê da sua forma, da sua maneira. A primeira coisa que, para mim, mudou é que, enquanto monitora, eu fazia mais o papel de cuidar, da troca, alimentar. Não que eu não faça, porque eu ainda faço isso, mas enquanto professora, eu consigo observar cada desenvolvimento, a potência do bebê. Coisa que como monitora eu não tinha esse olhar tão detalhado. Isso a abordagem me trouxe.”

Phorte: O que mais chama a sua atenção em relação ao desenvolvimento do bebê com a abordagem Pikler?

“O que mais me chama a atenção é ver a potencialidade do bebê, esse bebê ativo, porque quando não temos esse olhar, nós queremos fazer tudo para o bebê, quer pegar, não deixamos o bebê ser autônomo. E isso a abordagem me mostrou que eles são tão capazes, que a gente precisa estar ali observando, atento, claro, porque é um bebê, mas ele consegue fazer. Então essa potência do bebê é a coisa mais extraordinária para mim em questão da abordagem.”

“… O que mais me chama a atenção é ver a potencialidade do bebê.”

A professora Patrícia Torres, especialista na Abordagem Pikler e Diretora Pedagógica no Instituto nos explica sobre a importância do aprofundamento na abordagem Pikler e todos os benefícios que traz para o profissional e para a instituição que aplica essa abordagem em seus trabalhos:

Phorte: Como coordenadora pedagógica, qual é o seu ponto de vista em relação à abordagem Pikler?

“No cotidiano da escola, a gente reflete muito sobre os princípios da Abordagem Pikler e como a gente pode fazer acontecer de acordo com a nossa realidade. Então, a gente discute o vínculo, a relação privilegiada com o adulto, a autonomia das crianças, tanto nos espaços internos e externos, como que a gente pode pensar os princípios do adulto referência nesse cotidiano e enfrentar os desafios que ele apresenta.”

“…a gente pode fazer acontecer de acordo com a nossa realidade!”