Afinal de contas, o que é valor? De forma bem simples: valor é aquilo que recebemos e, principalmente, que percebemos em relação às nossas expectativas.
Mas, afinal das contas, como podemos “traduzir”, de forma simples, o que é valor para as pessoas, para as partes interessadas em uma organização e fora dela (clientes)? Práticas e especialistas de mercado como a Bain Company sugerem que podemos categorizar o que é valor em 30 elementos (percepções), divididos em 4 categorias, de forma a melhor tangibilizar valor. A pirâmide a seguir, inspirada na teoria das necessidades de Maslow, descreve muito bem os itens e os níveis (do mais básico e tangível ao mais alto e intangível), e os tipos de valor percebido:
Valor Funcional: são os elementos mais comuns e mais simples de entregar valor percebido. Podem ser mais facilmente tangibilizados e são a base da grande maioria dos produtos e serviços. Temos 14 possíveis elementos: reduz esforço, reduz tempo, simplifica, evita problemas, faz dinheiro, reduz custos, reduz riscos, qualidade, traz organização, gera variedade, integra coisas, gera sensações, conecta pessoas, gera informação confiável.
Valor Emocional: são elementos mais sutis que os funcionais; carecem de maior habilidade para percepções de entrega de valor, mas são comuns em determinadas classes de serviços e produtos. Temos 10 possíveis elementos: bem-estar, reduz ansiedade, valor terapêutico, gera reconhecimento ou prêmios, traz nostalgia, traz entretenimento, tem design único ou distintivo – gera exclusividade, faz as pessoas serem mais atraentes, gera status ou certificação, garante acesso.
Mudança de Vida: ainda mais alto na escala e mais intangível ascendência ou transcendência própria. Temos 5 possíveis elementos de valor: motivacional, gera esperança, gera legado, promove afiliação ou pertencimento, gera crescimento e desenvolvimento.
Impacto Social: produtos, serviços, ações, iniciativas que geram a sensação ou reconhecimento de ajudar os outros e a sociedade a ser melhores.
Um gestor que consegue reconhecer qual o valor esperado pelo cliente, pelos colaboradores, pelos usuários, pelos acionistas, pela equipe do projeto, pelos diretores, gerentes, entre outros stakeholders, tem em suas mãos uma valiosa informação para que possa, assim, criar formas de medir e entregar, por meio de suas iniciativas, valor “real” percebido.
Texto desenvolvido por docentes do curso de MBA em Gestão de Projetos e Produtos: Abordagens Híbridas.
Kleber Ramos – mestrando em Administração, MBA em Administração (USP), engenheiro de controle e automação pela UNIFEI, certificado Project Management Professional (PMP) pelo PMI, certificado Scrum Master pelo Scrum Institute, agilista disciplinado DASSM pelo PMI, entre diversas outras certificações profissionais. Tem mais de 20 anos de experiência de mercado, atuando em empresas do setor industrial, financeiro e de serviços, além de ser sócio-proprietário do Grupo Difusão – Consultoria e Treinamentos.