Quando falamos em gestão de acervos e curadoria de museus e exposições, estamos tratando de duas grandes responsabilidades: cuidar e organizar o que já existe, e escolher como apresentar isso ao público. É esse cuidado que garante que objetos preciosos não se percam, que histórias não sejam esquecidas e que cada visita a um museu seja uma experiência marcante. Logo no início, pode parecer algo distante, técnico demais ou até reservado apenas a especialistas. Mas a verdade é que estamos falando de algo que toca a vida de todo mundo: a forma como cuidamos da memória e contamos histórias para as próximas gerações.
Imagine que um museu é como uma grande caixa de memórias. A gestão de acervos é o cuidado diário com o que está dentro dessa caixa: organizar, conservar, catalogar e proteger. Já a curadoria é como decidir quais dessas memórias serão contadas, de que jeito e com qual emoção.
Um exemplo simples: se uma cidade recebe doações de fotos antigas de seus moradores, a gestão do acervo vai garantir que essas fotos sejam guardadas em boas condições, catalogadas e registradas em um sistema. A curadoria, por sua vez, pode decidir montar uma exposição chamada “A vida na cidade nos anos 50”, escolhendo as fotos mais representativas e organizando-as para emocionar quem visitar a mostra.
Uma peça de cerâmica indígena, uma carta escrita há cem anos ou o uniforme de um atleta olímpico carregam memórias únicas. Sem gestão adequada, esses objetos podem se perder ou se deteriorar. E quando isso acontece, perdemos também parte da nossa identidade.
Museus e exposições não falam só do que já aconteceu. Eles nos ajudam a refletir sobre quem somos hoje e a imaginar o que queremos construir no futuro. Uma exposição sobre escravidão, por exemplo, não é apenas uma lembrança dolorosa do passado. É também uma forma de pensar sobre igualdade e direitos no presente.
Sem uma curadoria cuidadosa, muitos objetos ficariam guardados para sempre, sem que ninguém os visse. O trabalho do curador é justamente fazer pontes: entre o acervo e o público, entre o objeto e a emoção.
Para atuar nessa área, é necessário:
Profissionais de outras áreas da saúde (como médicos, dentistas e enfermeiros) também podem atuar em estética, mas a habilitação específica de biomedicina estética é exclusiva do biomédico.
A gestão é como uma engrenagem silenciosa que mantém tudo em ordem. Vamos simplificar em etapas:
Assim como nós temos RG e CPF, cada peça de um acervo precisa ter sua identidade registrada. Isso inclui informações como de onde veio, qual a data aproximada, quem doou e do que se trata.
Imagine um livro de 1800 sendo manuseado sem cuidado. Em poucos anos, ele pode simplesmente se desfazer. Por isso, existem técnicas de conservação, como o uso de caixas especiais, controle de temperatura e umidade e até a forma de guardar e manusear.
Não adianta ter um tesouro se ninguém consegue encontrá-lo. A organização garante que pesquisadores, curadores e até mesmo visitantes virtuais possam acessar o material de forma prática.
Se a gestão é o cuidado interno, a curadoria é o olhar externo. É o momento em que se decide como contar uma história com base no que o acervo tem a oferecer.
Um curador não escolhe peças ao acaso. Ele pensa no tema, no público e na mensagem que quer transmitir. Se o tema for “Infância”, por exemplo, a curadoria pode unir brinquedos antigos, cadernos de escola, fotografias e até áudios de entrevistas. Tudo isso para que o visitante não apenas veja objetos, mas sinta uma narrativa viva.
Museus não são depósitos de coisas velhas. Eles são espaços de experiência. A curadoria define iluminação, cores das paredes, disposição dos objetos e até sons ambientes. Isso tudo é feito para que a visita seja envolvente e marcante.
Às vezes pensamos que museus são mundos distantes. Mas a verdade é que eles só existem porque existem pessoas dispostas a visitar, doar e participar. Você pode contribuir de várias formas:
Museus e exposições não são apenas para guardar objetos bonitos. Eles podem transformar realidades.
Educação: ajudam crianças e jovens a aprender de forma prática.
Identidade: dão orgulho às comunidades ao valorizar sua história.
Inclusão: exposições acessíveis com audiodescrição, libras e recursos táteis permitem que mais pessoas tenham contato com a cultura.
Muitos museus não têm verba suficiente para conservar peças de forma adequada. Isso pode colocar em risco a preservação.
Hoje, muito se fala em digitalizar acervos. Isso ajuda a democratizar o acesso, mas exige investimento em equipamentos e pessoal qualificado.
Nem sempre há pessoas treinadas para lidar com acervos. A gestão e a curadoria exigem conhecimento técnico, mas também sensibilidade.
A gestão de acervos é o cuidado com tudo o que faz parte da coleção de um museu: fotos, roupas, obras de arte, documentos, objetos históricos e até registros digitais. Esse cuidado inclui organizar, catalogar, proteger e garantir que esses materiais fiquem preservados para as futuras gerações.
A gestão de acervos é o cuidado interno, ou seja, manter os objetos seguros, organizados e bem conservados.
Já a curadoria é o cuidado externo, que decide como mostrar esses objetos ao público. O curador cria exposições, define os temas e organiza a forma como a história será contada.
Porque não basta apenas guardar objetos antigos. É preciso dar sentido a eles e transformá-los em histórias que emocionem o visitante. Uma boa curadoria faz com que o público se conecte ao passado, reflita sobre o presente e pense sobre o futuro.
Normalmente, profissionais formados em áreas como museologia, história, artes, biblioteconomia ou comunicação. Mas em muitos museus menores, voluntários e pessoas da comunidade também participam, ajudando a manter vivas as memórias locais.
Você pode:
Visitar museus da sua cidade e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo.
Compartilhar sua experiência nas redes sociais.
Participar de atividades educativas oferecidas por exposições.
Doar objetos históricos ou contar histórias pessoais para museus comunitários.
Ao falar de gestão de acervos e curadoria de museus e exposições, falamos de muito mais do que vitrines cheias de objetos. Estamos falando de vidas, emoções e identidades que atravessam gerações.
O trabalho de gestores e curadores é, em essência, um gesto de amor pela memória. É garantir que o passado continue iluminando o presente e inspire o futuro.
E quando você entra em um museu e se emociona, pode ter certeza: por trás daquela experiência, existe alguém que cuidou, organizou e pensou em cada detalhe para que você saísse de lá transformado.
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