Você sabe o que é hérnia de disco? A hérnia de disco é o deslocamento do disco intervertebral, estrutura cartilaginosa da coluna. As hérnias ocorrem em consequência do desgaste e da fragilidade do disco intervertebral.
Os discos intervertebrais são pequenas estruturas cartilaginosas da coluna vertebral.
Eles estão dispostos em toda a extensão da coluna (cervical, torácica e lombar), separando as vértebras. Suas principais funções são amortecimento de carga e mobilidade da coluna.
Hérnias de disco podem ser assintomáticas ou gerar sintomas. As mais dolorosas são aquelas que promovem compressão da raiz nervosa.
O diagnóstico clínico é feito com base no exame físico, no qual o médico especialista em coluna busca reproduzir sintomas da compressão neural, além de testar funções neurológicas.
Avaliam-se sensibilidade, força motora e reflexos. As manobras mais utilizadas são os testes de elevação do membro inferior (ou Lasègue) para compressões lombares e de Spurling, para compressões cervicais.
Após a avaliação clínica, são realizados os exames de imagens.
Quando há suspeita clínica de hérnia de disco, a confirmação diagnóstica é feita por meio de ressonância magnética (RM).
Se houver contraindicação para ressonância magnética (pacientes com marca-passo, por exemplo), pode-se utilizar tomografia computadorizada.
Radiografias simples auxiliam na detecção de problemas adicionais, como espondilolistese e escoliose. Em algumas situações clínicas específicas, pode ser indicada a eletroneuromiografia, exame que avalia a condução nervosa dos braços e das pernas.
Há diversos tipos de classificação para hérnia de disco. A mais utilizada diz respeito à quantidade de cartilagem deslocada e é dividida em:
Antes de começarmos a falar sobre o tratamento, é importante ressaltar que a cirurgia é recomendada em apenas 10% dos casos.
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Cirurgias de hérnia de disco cervical podem ser realizadas tanto por via anterior (frente do pescoço) quanto posterior (parte de trás do pescoço).
A escolha da técnica depende de vários fatores, como: local da hérnia, idade do paciente e preferência do cirurgião.
As cirurgias mais frequentes para tratamento de hérnia de disco cervical são:
– Foraminotomia cervical posterior: indicada em casos de compressão na região do neuroforame (região de saída do nervo).
A técnica é realizada por via posterior e pode ser auxiliada por lupa, microscópio ou endoscópio. O objetivo principal é a desobstrução do nervo comprimido. Não há necessidade de colocação de implantes metálicos.
– ACDF (discectomia e artrodese cervical anterior): trata-se da técnica padrão-ouro para tratamento de hérnias cervicais.
Os objetivos são a remoção do disco intervertebral e a consequente descompressão nos nervos, seguidas de estabilização (artrodese) com implantes específicos.
– Prótese de disco cervical: as indicações clínicas são semelhantes às da ACDF, exceto na presença de degeneração articular avançada (artrose) ou de instabilidade mecânica.
A prótese de disco cervical confere mobilidade (ao contrário da ACDF, que é estática).
Diversos estudos clínicos demonstraram equivalência nos resultados cirúrgicos entre ACDF e prótese de disco cervical, sendo ambas consideradas eficazes e seguras.
Os pacientes submetidos à cirurgia de hérnia de disco podem andar no mesmo dia da cirurgia. O tempo de internação hospitalar médio é de um dia.
Retorno ao trabalho, caminhadas e atividades cotidianas ocorrem após 7 dias.
Atividades esportivas são liberadas dentro de 45 dias para casos de descompressão (microdiscectomia, discectomia endoscópica ou foraminotomia cervical posterior), e dentro de 3 meses nos casos de ACDF (artrodese cervical).
*Protocolos de pós-operatório variam de acordo com a equipe médica.
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