A compreensão dos mecanismos adaptativos decorrentes do exercício é fundamental para a prática clínica na Medicina do Esporte. Um estudo publicado no Journal of Sports Science and Medicine (2012) avaliou os efeitos de dois programas de treinamento – o treinamento de alta intensidade (HIT) e o treinamento contínuo de endurance – sobre a capacidade aeróbica e a composição corporal de corredores recreativos. Estes achados oferecem insights relevantes para a prescrição de exercícios e o manejo clínico de pacientes que buscam otimizar sua saúde cardiovascular e metabólica.
Participantes: 34 corredores recreativos, divididos aleatoriamente em dois grupos com carga semanal de 2h30 de treinamento.
Grupo After-Work (AW – HIT): 4 sessões semanais de treinamento de alta intensidade, cada uma com aproximadamente 30 minutos, mais uma corrida de endurance.
Grupo Weekend (WE – Endurance Contínuo): 2 sessões de corrida contínua realizadas no fim de semana.
Capacidade Aeróbica
VO₂ Máximo: Grupo AW apresentou aumento de 18,6% (de 36,8 ± 4,5 para 43,6 ± 6,5 mL·kg⁻¹·min⁻¹), enquanto o grupo WE teve uma melhora de 7,1%.
Gordura Visceral: Redução de 16,5% no grupo AW, comparado a 6,5% no grupo WE.
Redução significativa da frequência cardíaca em repouso em ambos os grupos, evidenciando benefícios cardiovasculares.
Essas adaptações sugerem que, mesmo com a mesma carga semanal, o treinamento de alta intensidade pode gerar respostas superiores em termos de capacidade aeróbica e redução de gordura visceral.
Para médicos do esporte que atende atletas e pacientes em seus consultórios, esses dados reforçam a importância de:
Tanto o treinamento de alta intensidade quanto o treinamento contínuo promovem melhorias significativas na capacidade aeróbica e na composição corporal. Entretanto, os resultados apontam que o treinamento de alta intensidade é mais eficaz para aumentar o VO₂ pico e reduzir a gordura visceral. Essas evidências são fundamentais para a prática da Medicina do Esporte, permitindo que o médico desenvolva programas de exercício mais eficientes e adaptados às necessidades dos seus pacientes.
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Referência: Hottenrott, K., Ludyga, S., & Schulze, S. (2012). Effects of high intensity training and continuous endurance training on aerobic capacity and body composition in recreationally active runners. Journal of Sports Science and Medicine, 11, 483-488.