Os três primeiros anos de vida representam a fase mais sensível do desenvolvimento humano. Segundo o Harvard Center on the Developing Child, as experiências vividas nesse período moldam o cérebro da criança, influenciando diretamente aspectos como empatia, autorregulação e construção de vínculos afetivos.
Por isso, investir em educação emocional na primeiríssima infância é muito mais do que acolher — é criar as bases para o desenvolvimento social, cognitivo e motor da criança.
A abordagem Reggio Emilia, criada por Loris Malaguzzi, enxerga a criança como um sujeito ativo, dotado de múltiplas linguagens — e a linguagem das emoções é uma delas.
Segundo essa perspectiva:
Emoções são formas legítimas de expressão e aprendizagem;
O educador atua como escutador atento e sensível, registrando sentimentos da criança;
O ambiente é preparado para promover afeto, pertencimento e cooperação;
O grupo é um espaço de construção coletiva de sentido.
Dessa forma, mais do que ensinar sobre emoções, o objetivo é criar experiências que permitam vivê-las com apoio e significado.
A seguir, veja práticas inspiradas na abordagem Reggio Emilia que podem ser implementadas no cotidiano com bebês e crianças pequenas:
Ambientes com iluminação suave, texturas naturais e estética organizada ajudam a transmitir segurança emocional. Afinal, o espaço comunica — e influencia o sentir.
Registrar o que a criança sente, e não apenas o que ela faz, permite acompanhar sua jornada emocional e compartilhar com as famílias de forma sensível.
Com tintas, argila, tecidos e sons, mesmo os bebês conseguem expressar emoções de forma sensorial. O foco não é o produto final, mas a experiência vivida.
Com crianças maiores de dois anos, bonecos ou cartões com expressões podem ajudar a nomear sentimentos. Já com bebês, o educador pode usar expressões faciais, tons de voz e narração empática.
Projetos que incluem os responsáveis no cotidiano escolar fortalecem vínculos e tornam a educação emocional mais coerente entre casa e escola.
Sim. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dedica o campo de experiências “O eu, o outro e o nós” ao desenvolvimento da empatia, do autocuidado e da convivência social.
Nesse sentido, a abordagem Reggio Emilia antecipa e aprofunda essas competências, oferecendo recursos concretos para que o bebê seja escutado, acolhido e valorizado em todas as suas dimensões.
Educadores que aplicam essas práticas relatam impactos significativos no cotidiano escolar:
Redução de comportamentos agressivos e reações frustradas
Aumento da curiosidade, autonomia e engajamento da criança
Fortalecimento dos vínculos entre educador e criança
Participação mais ativa e confiante das famílias
Esses efeitos se estendem por toda a infância e contribuem para o desenvolvimento de adultos mais empáticos, conscientes e equilibrados.
A Pós Phorte oferece a especialização ideal para quem deseja transformar sua prática:
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Reggio Emilia, Pikler e Montessori
Neurodesenvolvimento e vínculos afetivos
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