A importância da Educação Física inclusiva
A discussão sobre a Educação Física inclusiva passa pela reflexão sobre o tipo de educação que se pretende na atualidade, de modo geral.
Nesse sentido, em um ambiente educacional inclusivo, não há distinção entre os estudantes e todos devem participar ativamente das aulas. Ou seja, não há separação entre os alunos com e sem deficiência, pois o direito de viver em comunidade é assegurado.
A Educação Física inclusiva contemporânea, dessa forma, também deve enfocar as pessoas e suas singularidades, de modo que isso se estenda para as outras áreas educacionais também.
Breve história da Educação Física inclusiva
O esporte para pessoas com deficiência começou após a Segunda Guerra Mundial, pois estava relacionado à reabilitação dos profissionais que perderam algum tipo de movimento ou tiveram impedimentos permanentes. Nessa época, o esporte era visto como auxiliar do tratamento médico.
Em 1950, o Brasil introduziu o esporte adaptado, inclusive com o crescimento dos esportes paralímpicos.
Essa evolução influenciou o ambiente da escola que, antes, não permitia que o estudante com deficiência participasse das aulas de Educação Física. Essa exclusão fazia que eles procurassem lugares fora do ambiente escolar para se exercitarem.
Com o passar dos anos, a necessidade de uma Educação Física que permita a participação de todos os alunos nas atividades se tornou primordial para garantir a inclusão efetiva.
Esse assunto se tornou tão relevante, que as atuais convenções de direitos humanos têm preconizado essas práticas.
Qual a diferença entre Educação Física inclusiva e a adaptada?
Quando o assunto é alunos com deficiência, a prática escolar da Educação Física passa pela linha da Educação Física inclusiva e a da adaptada. Entretanto, há diferenças entre elas:
Educação Física Adaptada: nesta prática, os alunos com deficiência praticam atividades separados dos outros estudantes. Um exemplo é o vôlei sentado, voltado para as pessoas com deficiência física.
Educação Física Inclusiva: todos os estudantes praticam a mesma atividade. Aqui, há alterações e adaptações de regras do jogo para a integração de todos. Assim, como demanda adaptações, a Educação Física inclusiva tem o papel de integrar e garantir o bom convívio social dos alunos.
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A importância da Educação Física inclusiva
Na área de Educação Física, é fundamental compreender que o desenvolvimento afetivo, cognitivo e psicomotor de todos os estudantes é um objetivo central.
Nesse contexto, a abordagem inclusiva se destaca, garantindo que os alunos participem de todos os conteúdos, sem separação.
Desse modo, ao contrário de uma Educação Física seletiva e esportiva, a inclusiva tem foco na promoção do conhecimento da cultura corporal em sua plenitude, não se restringindo apenas às habilidades motoras.
A Educação Física, então, é mais do que simplesmente aprender a jogar um esporte ou a realizar determinadas atividades físicas. Ela é um componente curricular que visa desenvolver diversas habilidades em todos os alunos, não apenas as aptidões físicas, mas também as competências emocionais e cognitivas.
Para atender a esse componente, ela pode considerar a diversidade de recursos disponíveis, como equipamentos esportivos, infraestrutura especial, equipe de apoio e intérpretes de Libras.
Além disso, os jogos e as brincadeiras da Educação Física, que têm regras e procedimentos específicos, podem ser alterados e adaptados de acordo com as necessidades do grupo.
Isso permite a personalização das atividades para atender às capacidades e aos interesses individuais dos alunos. Ainda mais, essas adaptações desenvolvem a criatividade e permitem que a inclusão ocorra de modo interativo.
É possível também incentivar a criatividade, encorajando a invenção de novos grupos, atividades, inclusive com a construção coletiva de novos jogos.
Essa abordagem promove a participação ativa de todos os alunos, enriquecendo a experiência educacional na área de Educação Física.
Entretanto, para isso acontecer, é necessária uma reflexão sobre a própria prática.
A importância da reflexão na Educação Física escolar inclusiva
Neste tópico, não abordaremos a importância da reflexão escolar por parte dos alunos. Claramente, essa reflexão vai acontecer com os pequenos, principalmente no que se refere a questões importantes, como inclusão.
Entretanto, aqui falaremos sobre a importância da reflexão na prática docente, reflexão essa que o professor deverá ter para oferecer uma aula que não exclui.
Assim, segundo Campos, Cruz e Cavalcante (2021), o papel do professor precisa passar pela prática pedagógica contemplativa, ou seja, deve analisar e contribuir para o desenvolvimento do aluno de modo integral.
Para isso acontecer, porém, o professor precisa estar disponível e aberto para entender as especificidades e as demandas dos alunos. Mais do que isso, o professor precisa reconhecer a sua prática como elemento fundamental do processo de humanização do ambiente escolar.
Desse modo, a reflexão crítica sobre a prática deve passar por:
Metodologia: o docente deve planejar uma forma de transmitir a metodologia com facilidade, pensando em como os estudantes poderão ficar interessados e motivados.
Didática: adaptar os programas para que a transmissão dos saberes fique mais simples.
Processo de ensino e aprendizagem: entender os interesses e as necessidades dos estudantes. Além disso, é preciso verificar se as atividades solicitadas estão surtindo efeito, para que os ajustes sejam feitos quando necessários.
Seja um profissional que reflete sobre a própria prática
“É pensando criticamente a prática de hoje e de ontem que se pode melhorar a próxima prática” (Freire, 1996, p. 39).
Desse modo, criar projetos que respeitem a capacidade corporal do estudante é papel da Educação Física inclusiva. Ao mesmo tempo, é papel do professor desenvolver as competências para oferecer o melhor tipo de aula para eles.
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